22. CARÓTIDAS, O BEIJA FLOR AUDAZ

A História de Coragem, Amor e Sacrifício que Inspira a Lutar pelo que é Justo

Do Livro de Contos – O Andarilho – Histórias de Criança para Transformar Adultos – de Alexandre Viana.

Imagem de Steve Art por Pixabay
INTRODUÇÃO:

CARÓTIDAS O BEIJA-FLOR AUDAZ

1
Num jardim florido de grande beleza,
Um beija-flor se destacava por sua grandeza.
Pequeno, corajoso, bravo ele batalhava,
Por amor ao próximo, sempre lutava.

2
Conhecido por ser um grande espadachim,
Defendia os pequenos, obstinado até o fim.
Enfrentava os Gaviões, guerreiros mortais,
Que das rolinhas, comiam dos filhos até os pais.

3
Enxotava os larápios Bem-te-vis daninhos,
Que roubavam de todos as comidas nos ninhos.
Brigava com os Pombos que só faziam arte,
E emporcalhavam o jardim por toda parte.

4
Mas em uma batalha com o terrível Gavião,
Ferido no pescoço, caiu de uma vez ao chão.
Por sorte ali não morreu,
Mas no pescoço um grande papo cresceu.

5
A sábia Coruja veio lhe ajudar,
Mas o veredicto já era de se esperar:
– Uma artéria, rasgada se corrompeu,
Por um milagre, seu papo o protegeu.

6
Qualquer cirurgia, seria muito perigoso,
Viveria sim, mas de um jeito rigoroso.
Ainda poderia sim, voar,
Mas de agora em diante, nada de lutar.

7
O Beija-flor ficou decepcionado,
Resignado, aceitou o seu fardo,
Pois na vida nada é à toa,
Mesmo lento ainda voa..

8
Dentro de si o guerreiro sofria,
Precisava lutar, era o que queria.
As injustiças ainda o rondavam,
Os vilões agora se esbaldavam:

9
– Onde estaria aquele pequeno abusado,
Com seu bico atrevido e afiado.
Parece que o gavião foi o vencedor,
Era o início de um reinado de terror.

10
Muito tempo se passou,
E com seu mal logo se acostumou.
Lentamente, as flores beijava,
Seu enorme papo não lhe prejudicava.

11
Um dia, algo terrível acontecera,
E seu coração, inquieto, não se contera.
Uma Garrincha estava em perigo,
E precisava da ajuda do amigo:

12
– Socorro, beija-flor, preciso de você,
O Gavião quer me comer!
Teria de enfrentar novamente,
Aquilo que o deixara doente.

13
Ele Sabia: iria morrer,
Mas precisava vencer.
Com seu bico inquebrável,
Defenderia um vulnerável.

14
Com uma bicada de lado,
Espantou o Gavião desalmado.
Mas sabia o que aconteceria,
Barato isto não ficaria.

15
Com suas garras ele o pegou,
Mais uma vez o machucou.
Seu papo todo ensanguentado,
Desta vez foi perfurado.

16
A Coruja mais uma vez veio lhe ver,
Mais uma chance poderia ter,
Porque o inexplicável aconteceu,
A artéria se dividiu e ele não morreu.

17
Experiente e bem entendida,
A Coruja cortou a parte rompida.
A artéria irmã ficou no seu lugar,
Costurou o beija-flor e o fez repousar.

18
Todos do jardim vieram ver,
A obstinação o fez viver.
Nobre e guerreiro por natureza,
O amor ao próximo, era sua maior grandeza.

19 
Assim, sem entender, venceu a morte,
Por coragem e não por sorte.
Se precisar é assim que se faz,
Chame por Carótidas, o Beija-flor Audaz.

ALEXANDRE VIANA
06/05/20
Para Adriana Martins, uma Grande Guerreira e Ótima amiga

ÚLTIMA REVISÃO
30/03/2025

CONCLUSÃO:

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