11. O ENCANTADOR DE SERPENTES E DE ALMAS
Uma fábula ancestral sobre a força da música, a alma do silêncio e o poder de tocar corações selvagens.
Do livro de Contos – O Andarilho – Histórias de Criança para Transformar Adultos – de Alexandre Viana
INTRODUÇÃO
🌿Onde a Música Toca o Invisível 🌿
Confesso que não sei bem de onde veio a inspiração para essa história. Porventura, ela tenha vindo com o vento, sussurrada entre os bambus da minha imaginação, ou quem sabe, nas pausas silenciosas de uma melodia esquecida. A única certeza que tenho é que, desde que a escrevi, algo mudou em mim.
E hoje, quero compartilhar com você uma história que carrega mais do que palavras – ela guarda um segredo, envolto em mistério, magia e espiritualidade profunda.
Portanto, se você acredita que existem forças maiores que não podem ser vistas, mas apenas sentidas… se você já teve a sensação de que a música pode curar feridas que a medicina não alcança… Então, convido você a mergulhar comigo nessa fábula poderosa que somente os corações mais atentos e sensíveis poderão entender.
Prepare-se: o que você vai ler pode transformar para sempre a forma como você vê o mundo – e a si mesmo.
O ENCANTADOR DE SERPENTES E DE ALMAS
Em tempos esquecidos, a Índia era jovem. Os Deuses Antigos caminhavam entre os vivos. Eles eram vento, montanha e fogo. Mas a terra tremia de fome. Os pássaros não cantavam mais. Os rios corriam lentos, como se buscassem consolo nas pedras.
Os aldeões sussurravam com medo. Os Deuses estavam furiosos. Não só com os homens, mas com todos que se afastaram da pureza do coração. O sinal vinha das criaturas ocultas: AS GRANDES SERPENTES SAGRADAS.
Elas agora apareciam à luz do dia. Rastejavam perto das casas de barro. Chegavam às fogueiras dos contadores de histórias. Espiavam os berços das crianças.
Não eram SERPENTES comuns. Eram rainhas do veneno,
Guardiãs da sabedoria dos templos antigos. Com as florestas secas, ficaram famintas. Agressivas. Alguns diziam que caçavam homens. Não por ódio, mas por sobrevivência.
As histórias de picadas fatais se espalhavam. O medo transformava aldeias em ilhas de desespero.
Mas em uma dessas aldeias vivia um VELHO BRÂMANE. Um músico andarilho de espírito sereno. Ele nunca trocou sua flauta por uma espada. Nunca trocou sua fé pelo medo.
Seus cabelos eram como raízes de sabedoria. Sua flauta, feita de bambu sagrado, era seu único bem. Sua única arma. Seu único amor. Diziam que ele conversava com o vento. Quando tocava, os pássaros esqueciam a fome. Os tigres, sua ferocidade.
Certa manhã, ele foi para a floresta. Como sempre fazia quando a fome apertava. Buscava frutas, raízes e um pouco de paz.
O BRÂMANE caminhava entre árvores silenciosas. Seus pés descalços sussurravam sobre folhas secas. Levava apenas sua flauta e um coração puro como água de lago.
DE REPENTE, O TEMPO PARECEU PARAR.
Diante dele, uma NAJA COLOSSAL ergueu-se. Sua cabeça estreitou como um leque divino. Pronta para atacar. Seus olhos eram hipnóticos. Cheios de mistério e ameaça.
O VELHO deu um passo atrás. Então percebeu: atrás dele havia outra serpente. Uma NAJA-REI, ainda maior. Seus olhos refletiam mil luas antigas.
Cercado, o velho entendeu.
“AQUELE SERIA SEU FIM.”
Mas o terror não o paralisou. Uma paz estranha o envolveu. Se a morte fosse inevitável, que viesse ao som daquilo que fazia sua alma dançar:
“A MÚSICA DE SUA FLAUTA.”
Movimentos lentos. Respeitosos. Como se saudasse divindades. Sentou-se em posição de lótus. Fechou os olhos. Levou a flauta aos lábios.
“E ENTÃO… DEIXOU QUE SUA ALMA A SOPRASSE.”
A melodia não era só música. Era um sussurro ancestral. Um pedido de perdão ao mundo. Um canto de despedida, amor e gratidão.
AS SERPENTES começaram a se mover. Sincronizadas com as notas. Lentas. Fluídas. Como se dançassem um encantamento esquecido.
O BRÂMANE tocava como nunca. Cada nota dissolvia o medo. Cada pausa trazia eternidade.
AS SERPENTES ergueram-se mais altas. Colunas vivas de ouro e sombra. Dançavam ao redor do velho. Seus olhos brilhavam em êxtase.
A música parou. Um silêncio profundo seguiu. O mundo pareceu prender o fôlego.
O velho inclinou-se em reverência. Esperava a picada fatal.
Mas algo extraordinário aconteceu.
AS SERPENTES tocaram sua testa. Suavemente. Um gesto cerimonial. Não havia veneno. Nem morte. Era uma bênção.
Elas deslizaram para longe. Como se deixassem um irmão, não um inimigo.
O BRÂMANE chorou. Não de alívio. Mas de uma emoção pura, indescritível.
AO VOLTAR PARA A ALDEIA, ELE ERA OUTRO.
Seus passos, mais leves. Sua música, mais poderosa. Seus olhos, cheios de segredos.
Quando tocava, as crianças paravam de chorar. Os velhos sorriam. Os doentes encontravam alívio. Até os animais se aproximavam, encantados.
Sua fama se espalhou. Chamavam-no de sábio. Santo. Mestre. Mas um nome ficou:
“O MESTRE ENCANTADOR DE SERPENTES E DE ALMAS.”
Nunca mais passou fome. Nunca mais foi só. Sua música tocava corações, não apenas ouvidos.
Dizem que até hoje, se um BRÂMANE tocar sua flauta com verdade, as serpentes dançarão. Como fizeram para aquele homem sagrado.
ALEXANDRE VIANA
“A verdadeira magia não está no encantamento, mas na entrega.”
04/09/2012
ÚLTIMA REVISÃO
07/04/2025
CONCLUSÃO
🌌 Quando a Alma Sabe o Caminho 🌌
Ao terminar de escrever esta fábula, percebi que, na verdade, ela não fala apenas sobre cobras, flautas ou milagres místicos. Fala sobre mim. E, quem sabe, talvez, sobre você também.
Em suma, fala do momento em que somos cercados pelos nossos próprios medos – pelas serpentes que julgamos fatais – e escolhemos não lutar… mas sentir, confiar, tocar.
Desse modo, a história do VELHO BRÂMANE me ensinou que quando abrimos o coração e deixamos que a alma fale – seja pela música, pela arte ou pelo silêncio – até o mais temido dos perigos pode se curvar diante da verdade que carregamos.
ALEXANDRE VIANA
“Escrevo para acender pequenos milagres nas sombras do mundo.”
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Se esta história tocou sua alma de alguma forma, não deixe que ela se perca no silêncio da internet.
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